Fé do Sul: A Promessa de Empregos e o Viveiro de Mudas que Viraram Estacionamento.
Em Santa Fé do Sul, uma permuta de terrenos entre a prefeitura e o Grupo Âmbar Amaral, envolvendo a expansão do frigorífico Brazilian Fish e a criação de um novo viveiro de mudas, transformou-se em um caso de promessas não cumpridas e questionamentos sobre a responsabilidade pública. Quatro anos e meio após o acordo, que prometia centenas de empregos e um viveiro de mudas espetacular, a realidade é outra: o terreno do viveiro virou estacionamento e o projeto do novo viveiro permanece no papel, gerando frustração e cobranças da população.
A Permuta e as Grandes Promessas
A permuta, aprovada por unanimidade pelos nove vereadores da cidade durante o governo do então prefeito Ademir Maschio, envolvia a troca de uma área onde funcionava o viveiro de mudas Alcides Fernandes, no Distrito Industrial I, por um terreno adquirido pelo Grupo Âmbar Amaral. O objetivo declarado era a expansão do frigorífico de peixes Brazilian Fish, com a promessa de gerar 140 empregos imediatos, podendo chegar a 300.
Ramom Amaral, representante do grupo, chegou a afirmar em entrevistas que, assim que o contrato de permuta fosse assinado, as obras teriam início e, em até 180 dias, os empregos seriam gerados. A expectativa era alta, e a população aguardava ansiosamente os benefícios que a expansão traria para a economia local.
A Realidade Quatro Anos e Meio Depois
No entanto, o tempo passou e as promessas não se concretizaram. Quatro anos e meio após a permuta, o Grupo Âmbar Amaral não cumpriu o prometido em relação à expansão do frigorífico e à geração de empregos. Pelo contrário, o terreno que abrigava o viveiro de mudas foi transformado em um estacionamento para caminhões da empresa, e uma nova empresa, a Biotil, foi instalada no local . A Biotil, que atua na produção de biofertilizantes, não possui ligação direta com a permuta original e as promessas de expansão do frigorífico de peixes .
O Viveiro de Mudas: Um Projeto no Papel
A situação do viveiro de mudas é igualmente preocupante. O projeto do novo viveiro, que seria construído no recinto de festas, foi apresentado com grande entusiasmo por Ramom Amaral. Ele prometia um viveiro espetacular, com projeto 3D, tijolos especiais e até peixes no local . Contudo, o que se vê é apenas o projeto no papel. Embora o novo viveiro tenha sido entregue em 7 de julho de 2024, a grandiosidade prometida ainda não se materializou, deixando a população com a sensação de que o projeto ficou aquém das expectativas criadas.
A Responsabilidade da Prefeitura e as Implicações Legais
A prefeitura de Santa Fé do Sul, como parte do contrato de permuta, tem a responsabilidade de garantir o cumprimento das cláusulas acordadas. Em casos de contratos de permuta não cumpridos, a parte lesada pode buscar na lei maneiras de executar o contrato e fazer valer o combinado. Isso pode incluir ações judiciais para exigir o cumprimento das obrigações ou a rescisão do contrato com as devidas compensações.
Embora o Grupo Amaral tenha cumprido com a compra e entrega de um terreno onde hoje é o Distrito 5, a parte que beneficia diretamente a população – a geração de empregos e o novo viveiro de mudas – ainda é aguardada com ansiedade. A inação da prefeitura em cobrar o cumprimento integral do acordo pode gerar questionamentos sobre sua responsabilidade e a defesa dos interesses públicos.
Conclusão
A permuta de terrenos em Santa Fé do Sul, que deveria impulsionar o desenvolvimento econômico e social da cidade, tornou-se um símbolo de promessas não cumpridas. A população, que depositou suas esperanças na geração de empregos e em um viveiro de mudas moderno, vê-se diante de uma realidade distante do que foi prometido. É fundamental que a prefeitura de Santa Fé do Sul tome medidas enérgicas para garantir que o Grupo Âmbar Amaral cumpra integralmente o que foi acordado, buscando, se necessário, as vias legais para fazer valer os direitos da comunidade. A transparência e a fiscalização são essenciais para que casos como este não se repitam e para que a confiança da população nas ações do poder público seja restabelecida.