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Furto de 50 Cabeças de Gado Abala Produtores em Paranapuã (SP): Prejuízo de R$ 200 Mil e Onda de Insegurança no Noroeste Paulista.

Em mais um golpe contra o setor pecuário do interior de São Paulo, ladrões de gado agiram na noite desta quinta-feira (28) na região de Populina, no município de Paranapuã, furtando cerca de 50 cabeças de gado de uma propriedade rural. O crime, que expõe a vulnerabilidade das áreas rurais, gerou um prejuízo estimado em R$ 200 mil para o proprietário, que descobriu o roubo ao chegar ao local por volta das 18h.
O fazendeiro,, relatou à reportagem os detalhes do ocorrido. “Cheguei na propriedade no fim da tarde e vi tudo de cabeça para baixo: a porteira escancarada, marcas frescas de pneus de caminhão no solo lamacento e o rebanho sumido. Foi um choque. Esses animais eram o sustento da gente, selecionados a dedo para engorda”, desabafou o produtor, com a voz embargada. Segundo ele, os rastros indicam que os criminosos usaram um veículo pesado para carregar e transportar o gado, aproveitando a escuridão da noite para executar o furto sem interrupções.
Até momento, não há pistas concretas sobre os suspeitos, mas investigadores acreditam que se trata de uma quadrilha organizada, comum em ações de abigeato – termo técnico para o furto de animais. “Estamos rastreando rotas de saída e monitorando abatedouros clandestinos na região. Esse incidente não é isolado. Apenas nesta semana, em Santa Fé do Sul, a cerca de 91 km de Paranapuã, um pecuarista local – que também é proprietário de uma casa de carnes na cidade – foi vítima de uma invasão similar. Ladrões arrombaram as porteiras da propriedade rural, mas, ao contrário do caso  , não levaram nada. Em vez disso, misturaram o rebanho, causando caos na gestão dos animais e prejuízos indiretos com mão de obra extra para reorganização. “Eles abriram tudo e bagunçaram o pasto. Parecia uma provocação, como se quisessem mostrar que podiam voltar a qualquer momento”, contou o empresário, que registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Santa Fé do Sul.
A proximidade temporal e geográfica dos crimes levanta suspeitas de uma mesma rede atuando no noroeste paulista. Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) apontam um aumento de 15% nos casos de abigeato na região entre janeiro e outubro deste ano, impulsionado pela alta nos preços da arroba do boi gordo – que ultrapassou R$ 250 na Bolsa de Valores brasileira. Especialistas do setor, como o presidente do Sindicato Rural de Paranapuã, , alertam para o impacto econômico: “Esses furtos não ferem só o bolso do produtor; eles desestimulam investimentos e ameaçam a cadeia produtiva da carne, que emprega milhares na região”.
Contexto de Insegurança Rural: Uma Praga em Expansão
O furto de gado tem se tornado uma praga endêmica no interior paulista, com quadrilhas cada vez mais profissionais. Recentemente, em municípios vizinhos como Jales e Guarani d’Oeste, operações policiais desmantelaram grupos interestaduais – muitos com origem em Minas Gerais – que usavam caminhões com placas clonadas e guias de trânsito animal (GTAs) falsificadas para revender o gado em abatedouros ilegais. Em Jales, por exemplo, 10 cabeças foram recuperadas na semana passada após uma prisão em flagrante por receptação.
No Paraná e em Minas Gerais, estados limítrofes, o problema é ainda mais grave: relatórios indicam mais de 300 cabeças furtadas por grupos organizados só em 2025. Em São Paulo, o Governo estadual ampliou o Grupo de Inteligência em Áreas Rurais (GIAR) no início do ano, com foco em patrulhas ostensivas e uso de drones para monitoramento. “Precisamos de mais integração entre polícia e produtores. Câmeras, cercas elétricas e o Sistema Sinal Agro da PRF são ferramentas essenciais”, recomenda Oliveira.
O Prejuízo Além do Financeiro
Para o pecuarista de Paranapuã, o golpe vai além dos R$ 200 mil em animais perdidos – equivalentes a quatro meses de faturamento médio de uma pequena propriedade. “É o sonho de uma vida inteira que evaporou numa noite. Agora, como vou pagar as dívidas no banco? E a família, que depende disso?”, questiona. No caso de Santa Fé do Sul, o “não roubo” pode ser um prenúncio: misturar o gado facilita furtos futuros, ao dificultar a identificação de animais valiosos.
Produtores da região já se mobilizam.

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