Derrota Inesperada na Câmara de Santa Fé do Sul: Projeto de Terceirização de Prédios Públicos e Eventos é Retirado Após Revoltas na Base Aliada.
Santa Fé do Sul, SP – 24 de setembro de 2025 – Em um revés político que abala as relações entre o Executivo e o Legislativo no início da gestão, o prefeito Evandro Farias Mura, sofreu sua primeira derrota na Câmara Municipal de Santa Fé do Sul. O projeto de lei, enviado em caráter de urgência pelo Paço Municipal e previsto para votação na sessão ordinária da última terça-feira (23), autorizava a terceirização da manutenção de prédios públicos municipais e da organização de eventos do município. No entanto, o texto foi retirado de pauta após uma rebelião interna na base aliada, motivada por questionamentos sobre sua falta de clareza e transparência.
A sessão, que ocorreu no plenário da Casa de Leis, começou com expectativas de aprovação rápida, dada a urgência imposta pelo O EXECUTIVO. O projeto visava, segundo o Executivo, otimizar custos e agilizar serviços essenciais, como a conservação de escolas, postos de saúde e espaços culturais, além da gestão de festas populares e eventos esportivos. Mas o que era para ser uma formalidade virou um embate interno. Três vereadores da base governista – Samuca da Limpeza, Maicom da Santa Casa e Marcos Favaleça – romperam com o governo e votaram contra a proposta, influenciando outros colegas e forçando a suspensão temporária da sessão.
Obscuridade no Texto e Pressão Popular: O Estopim da Crise
Fontes próximas à Câmara revelam que os edis aliados identificaram lacunas graves no projeto. “O pedido não estava completo e sim obscuro”, confidenciou um assessor parlamentar, sob condição de anonimato. O documento, com apenas poucas páginas, não detalhava os custos estimados da terceirização, os critérios para seleção de empresas privadas nem os mecanismos de fiscalização para evitar superfaturamentos ou prejuízos ao erário público. Críticos apontam que, em um município como Santa Fé do Sul – com orçamento anual na casa dos R$ 200 milhões e histórico de denúncias de irregularidades em contratos –, tal vagueza poderia abrir portas para abusos.
A ausência do vereador Murilo Basi, outro aliado de Mura, foi decisiva. Sem sua presença, os três dissidentes calcularam que a aprovação poderia custar caro em termos de imagem: a população, segundo relatos, tem cobrado mais esclarecimentos sobre qualquer medida que envolva a entrega de serviços públicos a mãos privadas. “Eles perceberam que poderiam não ser compreendidos pela população”, analisou um observador local.
A pressão veio também da sociedade civil. A Rádio Dinâmica FM 104,7, emissora de grande alcance na região noroeste paulista, atendeu a apelos de ouvintes e dedicou boa parte de sua programação matinal a questionar o projeto. Ligantes anônimos, incluindo servidores municipais e líderes comunitários, alertaram para riscos de demissões em massa e perda de controle sobre patrimônios públicos. “A rádio cobrou e a Câmara sentiu o baque”, resumiu um radialista da emissora, que preferiu não se identificar.
Bastidores da Sessão: Tentativas Frustradas de Convencimento e Silêncio das Mulheres
A votação propriamente dita não chegou a ocorrer. Durante a sessão, o presidente da Câmara, vereador Waguinho e o líder do governo, José Rollemberg, tentaram de tudo para reverter o quadro. Argumentos como “urgência para o bem da cidade” e promessas de emendas foram esgrimidos em corredores e no plenário, mas caíram em ouvidos moucos. Os três rebeldes, encorajados pela repercussão externa, influenciaram os demais presentes – exceto os líderes governistas –, levando à suspensão por alguns minutos. No final, o projeto foi retirado de pauta, uma manobra regimental que evita a derrota formal, mas expõe a fragilidade da articulação …